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iberdade de movimentos leves e,
naturalidade real, deveriam exprimir o que é a arte a partir do século V a. C –
simplesmente o Periodo Clássico.
Antes de
mais, como já referido, não cabe analisar outras obras que não sejam de
Cefisódoto, mas, sim uma básica explicação na comparação de mais dois mestres
para chegar ao pretendido. Assim , Mirón com O discóbolo, não poderia deixar de
ser referido:
Em principal
os atletas, que são representado no estado máximo de um movimento do ser humano,
em uma reacção equilibrada e cheia de vigor. Como acontece no Discóbulo de
Mirón, que em uma curvatura extrema, de torção e esforço, dobra seus membros no
momento em que vai atirar o disco.
Ousado, em
relação a técnica, ainda, vigente da frontalidade, O Discóbulo nos deixa a impressão
de movimento espontâneo, no qual o acto de lançamento do disco é explícito ao
esforço do atleta, mas, a ideia de que o movimento exposto à mente do
observador não passa da acção pretendida. Ali, onde o equilíbrio perfeito à
anatomia do corpo humano e todo o seu esforço é barrado a simples movimentação
brusca.
O disco é
lançado com uma força surpreendente do atleta. Esta é a grande ideia, que vaga
na nossa mente ao contemplar a magnifica escultura de Mirón. Mas a nossa mente
não vaga mais para além desta proeza humana em bronze ou mármore. Ali vê-se a
imagem de um movimento instantâneo.
Em
contrapartida com aqueles em que a intenção transparece o movimento contínuo. É
o que ocorre no apogeu da arte clássica grega, com Policléto.
Ali nos
esquecemos de uma movimentação única. É com Doriforos – (Homem da Lança) –
entre outras de sua época, que se encontra a ilusão de uma marcha continua.
É este homem
nu, que transporta um lança apoiada em seu ombro esquerdo e, que parece
caminhar, repousa sobre a perda direita seu peso, enquanto que, a esquerda,
apenas com o dedo encostado no chão está um tanto deflectida, demarcando bem a
ruptura com a simetria arcaica.
Seu corpo
possui um ritmo totalmente novo, mas com uma robustez que – pelo menos na cópia
de Nápoles, nos dá em ossos e músculos, o peso de seu material. Uma escultura,
que em sua flexibilidade e firmeza, tem uma marcha continua.
O inverso
acontece com Diadumeno – (atleta que cinge a fronte com sua fita que é a marca
da sua victória). Aqui Policleto retira a robustez do material que é feito, no
simples acto do erguer um pouco os braços.
Neste segundo
caso a escultura podia exprimir em cada parte do corpo em números – (cálculos
em palmas) – Assim como as relações com cada parte.
A acção contínua
permanece, mas com mais leveza, mostrando a força do homem e toda a sua
excelência física e moral.
Uma dissimetria
que causa o impacto de movimento, levando a uma percepção ou não do peso do
material de que é feito.
Harmonia e
beleza que levava a semelhança dos deuses, que poderia levar a ira destes.
Fidias,
mostra nos frontões, métopas e em escultura avulsas a imagem dos deuses e sua
leveza, tanto fisíca como majestosa em movimento das roupas – que transparentes
ou não – esvoaçam conforme a contorção do corpo e sua acção.
A forma
divina, humanizada, se espalha nos locais sagrados como o Parthenon em Athenas
ou o Templo de Zeus em Olímpia.
As
divindades, a semelhança dos homens, mas, digna de superioridade na leveza e
harmonia.
Eirene,
divindade querida entre homens e Deuses, conserva em si a leveza digna e
harmonia em movimento.
Assim como
na escultura de Policleto, Eirene se apoia em uma única perna, relaxando a
outra, dando a entender um movimento contínuo, não de marcha, mas de uma
situação pacífica.
Seu movimento leve une-se ao modo desgovernado e simples de Pluto,
dando ao momento de acção harmonia e leveza natural, que nos faz esquecer do
material de que é composta.
Assim como
Policleto dá ao seu atleta Diadumeno, a leveza da acção no simples levantar de
braços, Eirene tem essa leveza em três pontos específicos: pernas, mão e
cabeça. A perna apoiada em contraponto com a perna relaxada, verga seu corpo
para trás, dando como explicado anteriormente, quase uma posição em “S”,
enquanto que, a mão direita, segura o “báculo” de forma simples e despreocupada
(12), inclinando a
cabeça para frente, de modo a observar a criança que tem o corpo torcido,
querendo pegar em seu rosto.
Movimento
continuo que, faz o observador conseguir captar a intenção de cada personagem
por mais tempo que a própria acção.
A leveza
necessária para a representação digna de um deus, no qual é quebrado por um
único detalhe: sua túnica, que tomo a liberdade de chamar “démodè”.
Com sua
ondulação perfeita e pesada, nos recorda tudo o que o movimento leve da deusa e
da criança transmite: o material e o peso deste.
Mas qual
seria o verdadeiro motivo para essa conjunção entre o presente de Cefisódoto e
o passado de séculos retratado na túnica que reveste Eirene?
Não há uma
explicação exacta. Apenas que em termos religiosos tem a sua lógica.
Fidias com
seus deuses humanizados, leves e superiores em lutas ou em seu quotidiano
divino, estavam em locais apropriados, onde determinado deus escolhera para seu
templo.
Eirene, Personficação
da Paz, fora exposta na Ágora: Local escolhido por Homens, para os Homens.
Tentar
representar um deus e igualá-lo a um humano poderia ser desastroso. A estátua
de Cefisódoto, em comemoração pela paz com Esparta, não deveria atrair a ira de
um deus.
Desta forma,
aquela que fora colocada junto dos Homens, deveria ser apenas um símbolo, e não
o local de culto da deusa.
A túnica
fora de moda poderia ser um modo de lembrar o observador que aquele não era seu
lugar-comum, mas uma homenagem pela paz selada.
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