sábado, 21 de janeiro de 2012

Ara Pacis

Ara Pacis é o altar dedicado à Paz, na época de Augusto, quando esta passou a ser destacada das outras duas irmãs, como símbolo independente.

Em Roma foi glorificada no Campo Marzio, com um monumento que representa um testemunho significativo da arte do seu tempo(10), como intente simbologia da paz e prosperidade registada como resultado da Pax Augusta.

Reconstituição Ara Pacis
Constituída por um recinto quase quadrado – (m. 11,65X10,62X3,68) – é elevado em um pódio, onde há duas portas em cada lado menor, de largura de 3,60 m, que eram antecedidas por uma rampa de 9 degraus.

No interior elevado existem mais alguns degraus, onde está o altar.

Na superfície das paredes estendem-se relevos decorativos – interno e externo.

Nas cenas de profundidade, está nivelado por diferentes espessuras das figuras. Quatro pilares coríntios em cada extremo e, mais quatro nas laterais das portas, estão decorados no exterior.

Encontram-se neste monumento motivos decorativos variados:

*       Arte Grega Clássica (no friso da procissão)
*       Arte Helenística (nos frescos e painéis)
*       Arte puramente romana (no friso do altar)

Este facto lhe dá um aspecto eclético e diferente de muitos monumentos de sua época.

Figura 1


Os temas decorativos, se estendem desde o mito de Eneas até a familia imperial, que no friso direito , caminha calmamente.

Figura 18 – Personificação de Roma

Roma  - já quase totalmente perdida (figura 1) - ganha forma humana, no lado secundario do monumento, no mesmo lado onde se encontra a representação da Pax – (Ou Talles, como alguns afirmam) – (Figura 2).





Figura 2


A figura da Pax é uma das mais bem conservadas, sendo composta por partes realçadas e outras menos destacadas, dando, assim, um melhor sentido de profundidade na imagem.

Ali está representada uma figura maternal sentada, segurando duas crianças.

Ao lado desta estão duas ninfas, de cada lado, também sentadas em símbolos – Uma ave e um dragão ou serpente marinho (a) – que representam a terra e o mar.


 Os dois animais ali presentes, representam a serenidade da Paz entre terra e mar.

Também na paisagem tem elementos alegóricos: a esquerda: fluvial, mostra um enóchoe que verte agua; ao centro, onde a Pax está sentada em um rochedo, rodeada de flores e animais está virada para a direita, onde tudo é marinho.

Tudo de forma perfeitamente equilibrada, até o seu pormenor, como é o caso das crianças que assentam simetricamente ao lado da personagem dominante – (figura 3).

figura 3
O nariz tem uma pequena saliência no fim da testa, já com uma separação necessária ao realismo da anatomia humana. Os lábios se mostram mais finos e o queixo, seguindo o mesmo nível da linha do rosto, um pouco inclinado para frente.

O cabelo bem demarcado, com os caracóis um tanto bagunçados por estar “mal preso”.

Do topo da cabeça, desce um véu liso, com aspecto de ter peso, não havendo grandes pregas.

Sua roupa aparentando ser de um tecido maleável, desenvolve pregas no contorno do corpo da mulher, demarcando bem a posição descontraída como está sentada.
As duas crianças mostram um movimento frenético mas suave que se entende pela contorção de seus corpos, desproporcionalmente natural a uma criança.

Toda a cena demonstra a serenidade e o ambiente de movimentos leves e descontraídos do momento, tendo nela um simbolismo perfeito de que seu efeito politico e propagandístico é notável – (como muitas das obras desta época) – com visível laço entre Augusto e a deusa Pax, referindo o domínio romano na terra.

Uma Paz que era consequência da prosperidade do Império, que o transforma no ideal da Idade do Ouro contada por Ovídio.


(10) Época de Octávio Augusto, que conseguira a paz na Gália e a prosperidade e esplendor no Império