sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O que é arte?


Pode-se dizer que esta pergunta assola a cabeça dos muitos artistas/ou não artistas que passaram pela história. Segundo as respostas adquiridas ao longo dos tempos, há que se admitir que o conceito de arte varia de acordo com as necessidades de sua época e de cada artista, sendo por tanto, um conceito mutável. Para este trabalho da cadeira de Arte da Antiguidade Clássica e como  seria de esperar, focarei o conceito do filósofo Platão para esta introdução:

Para Platão, a arte, nada mais era que a cópia de um mundo que em si, já era uma cópia do mundo das ideias(1). Ou seja, no conjunto de idéias deste filósofo, existia uma desvalorização, ao mesmo tempo que uma certa valorização, do que a arte representava.

Nestes termos, pode-se dizer que no campo teórico, a arte é desvalorizada pelo facto de que: se a arte é uma cópia da cópia de algo real (do mundo das idéias), ela não tem uma essência(2) como a ciência, sendo, assim, inferior a esta ultima.

No sentido prático, a arte – dada a inferioridade teórica – torna-se danosa no sentido moral. Ela é aquela que actua através dos sentimento, podendo nos atrair tanto para o verdadeiro como para o falso. Tanto para o Bem como para o Mal.

E, nesta sequência, aquilo que estava relacionado com a razão e sua tentativa de aceder ao mundo das ideias, era o puro Belo.

A filosofia – caminho para razão – que despreza o corpo que o prende num mundo de projecção, refuta a arte, pois, esta não tem sequer, a sombra do que é de facto real.

Sendo ou não uma cópia do real, no mármore ou no bronze, os gregos conseguiam transmitir tudo, ou quase tudo, que se passava no seu cotidiano, para que, de futuro, pudessem ser contemplados por outros olhos. Realidade ou não, são testemunhas preciosas do pensamento da época que a retrata.

Testemunho que o Homem encontrava  e ainda encontra   na arte, a transmissão de seus desejos e de seu respeito a determinado acontecimento ou figura. Nela encontrou a forma simples de demonstrar o que se passava no seu cotidiano: sonhos e crenças; trazendo à vista da realidade (que era admitida por Platão como projecção) o que lhe atormentava ou agradava.

Este trabalho tem como principal objectivo a análise da pintura e da escultura da deusa Eirene (personificação da Paz).
Para analise da arte sobre este tema foram escolhidos dois vasos distintos e, dois relevos, no qual, um sendo cópia romana do relevo grego e, outro, genuíno de Roma.

Na escultura avulsa escolhi a escultura de Cefisódoto – (Eirene e Pluto), mas, não sem antes expor Eirene na mitologia e o seu significado  que foi ganhando força e expressão ao longo dos séculos, pois que, a necessidade desta divindade estará traduzida na arte a qual passo a analisar.

(1) O mundo da ideia está relacionado com o mundo espiritual, livre do corpo e de suas necessidades.
(2)A realidade para os gregos estava vinculada com o Ser. O ser, que simplesmente é. Aquele que se dignifica por simplesmente ser. Segundo Parmenide, o ser é único, não podendo se mutiplicar.