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dinos (também conhecido como lebes), era um
vaso utilizado para misturar água e vinho. O qual é composto por um corpo
globular de boca larga, sem pegas. O fundo arredondado, tem como sustentação
uma base inicial elaborada, na qual antecede o cilindro, que encaixa no outro
extremo por uma base de sustentação.
Usado para mesclar líquidos que eram
servidos nos banquetes.
Em geral,
eram bem trabalhados, com temas míticos. Como é o caso do Dinos em questão:
Decorado
desde a base, tem como plano um risco que divide cada cena ou tema.
Da base até
o topo, a decoração vem de acordo com o tema principal: O casamento da Nereida
Tetis e Peleu.
Na
mitologia, Zeus não deveria se unir a Tetis sob o risco de ter com esta um
filho que seria forte ao ponto de arriscar sua soberania. Desta forma, Tetis
foi entregue a Peleu.
Neste Dinos
está representado o casamento, onde, desde a base até o centro do corpo
globular, estão figuras de animais, sobretudo ligados as águas.
E é no plano
superior que a cena se desenrola: Peleu na porta, espera a chegada dos deuses,
que em primeiro lugar estão caminhando ao encontro deste.
Logo atrás,
vem os carros com outros deuses: a frente de todos vêm Zeus e Hera, vestidos com
um chiton(6) de capota, segurando as rédeas que estão presas
aos cavalos negros – (Figura 1).
Figura 1 |
Isso por se
encontrarem tão próximas dos cavalos que conduzem Hera e Zeus. As suas funções
no Olimpo se enquadram perfeitamente no cenário.
Suas vestes
quase não se notam, tendo como principio serem encobertas pelo véu que lhes cai
sobre os ombros. Este quase sem nenhum detalhe, dando uma percepção de
simplicidade, como ocorre na imagem do deus que vai mais a frente (Figura 2),
Dionysos, que carrega um ramo de uva nas mãos.
Figura 2 |
Muitas vezes
também identificadas com as três deusas que estão seguindo atrás da Titanide
Themis. Estas identificadas no vaso como Ninfas, seriam, talvez, também, consideradas
filhas da Deusa da Justiça. Estas, provavelmente, pertenciam a um dos primeiros
santuários oraculares de Dodona.
É nessas três
figuras que já se notam os detalhes das túnicas, com desenho de animais, onde
são encobertas com um véu que cobre dos ombros até um pouco abaixo da cintura.
O cabelo das figuras em cortinado, tal como se
denota nesta época, também nas esculturas, estão presos por um detalhe que
poderia ser o próprio cabelo, ou um objecto com vista a enfeite.
As figuras
em perfil, denotam um olho grande e afastado do centro, com a íris disposta
centralmente, dando a impressão de estarem olhando para frente. Em algumas figuras
nota-se muito bem o nariz grego, onde o fim da testa não tem uma
descontinuidade com o começo do nariz. O que não acontece com as três figuras
atrás de Themis.
Ao contrario
da primeira figura, atrás dos cavalos de Zeus, que tem o nariz grego bem definido.
A dinâmica
da imagem está bem representada através de uma cena de desenvolvimento entre as
entidades, apesar do movimento das pernas serem tensos. A marcha segue com
passos duros, onde não há uma
representação de passos reais, com o movimento normal de pés e pernas. Ambos os
pés das entidades estão completamente fincados no chão, cortando a noção de
movimentação frontal.
O que não
ocorre, por exemplo, com os cavalos negros (figura
1) ou o centauro (figura 2).
Este último tem uma quebra com a parte da frente do seu corpo.
Os cascos
dos animais podem estar assentes no solo, mas a perna um pouco flexionada lhes
tira o estaticismo, dando á marcha uma continuidade essencial que se perde um
pouco nas figuras divinas.
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(1) Pano rectangular unido entre em si, fixos a nível dos ombros por
meios de alfinetes e, fixos na cintura por meio de cinturões ou cordões.
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