quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dinos




O

    dinos (também conhecido como lebes), era um vaso utilizado para misturar água e vinho. O qual é composto por um corpo globular de boca larga, sem pegas. O fundo arredondado, tem como sustentação uma base inicial elaborada, na qual antecede o cilindro, que encaixa no outro extremo  por uma base de sustentação.



Usado para mesclar líquidos que eram servidos nos banquetes.

Em geral, eram bem trabalhados, com temas míticos. Como é o caso do Dinos em questão:

Decorado desde a base, tem como plano um risco que divide cada cena ou tema.

Da base até o topo, a decoração vem de acordo com o tema principal: O casamento da Nereida Tetis e Peleu.

Na mitologia, Zeus não deveria se unir a Tetis sob o risco de ter com esta um filho que seria forte ao ponto de arriscar sua soberania. Desta forma, Tetis foi entregue a Peleu.

Neste Dinos está representado o casamento, onde, desde a base até o centro do corpo globular, estão figuras de animais, sobretudo ligados as águas.

E é no plano superior que a cena se desenrola: Peleu na porta, espera a chegada dos deuses, que em primeiro lugar estão caminhando ao encontro deste.

Logo atrás, vem os carros com outros deuses: a frente de todos vêm Zeus e Hera, vestidos com um chiton(6) de capota, segurando as rédeas que estão presas aos cavalos negros – (Figura 1).


Figura 1
Atrás dos cavalos, seguem três figuras cujos nomes se perderam, podendo ser identificadas como as Horas.

Isso por se encontrarem tão próximas dos cavalos que conduzem Hera e Zeus. As suas funções no Olimpo se enquadram perfeitamente no cenário.

Suas vestes quase não se notam, tendo como principio serem encobertas pelo véu que lhes cai sobre os ombros. Este quase sem nenhum detalhe, dando uma percepção de simplicidade, como ocorre na imagem do deus que vai mais a frente (Figura 2), Dionysos, que carrega um ramo de uva nas mãos.




Figura 2


Muitas vezes também identificadas com as três deusas que estão seguindo atrás da Titanide Themis. Estas identificadas no vaso como Ninfas, seriam, talvez, também, consideradas filhas da Deusa da Justiça. Estas, provavelmente, pertenciam a um dos primeiros santuários oraculares de Dodona.

É nessas três figuras que já se notam os detalhes das túnicas, com desenho de animais, onde são encobertas com um véu que cobre dos ombros até um pouco abaixo da cintura.

 O cabelo das figuras em cortinado, tal como se denota nesta época, também nas esculturas, estão presos por um detalhe que poderia ser o próprio cabelo, ou um objecto com vista a enfeite.

As figuras em perfil, denotam um olho grande e afastado do centro, com a íris disposta centralmente, dando a impressão de estarem olhando para frente. Em algumas figuras nota-se muito bem o nariz grego, onde o fim da testa não tem uma descontinuidade com o começo do nariz. O que não acontece com as três figuras atrás de Themis. 

Ao contrario da primeira figura, atrás dos cavalos de Zeus, que tem o nariz grego bem definido.

A dinâmica da imagem está bem representada através de uma cena de desenvolvimento entre as entidades, apesar do movimento das pernas serem tensos. A marcha segue com passos duros, onde não há uma representação de passos reais, com o movimento normal de pés e pernas. Ambos os pés das entidades estão completamente fincados no chão, cortando a noção de movimentação frontal.

O que não ocorre, por exemplo, com os cavalos negros (figura 1) ou o centauro (figura 2). Este último tem uma quebra com a parte da frente do seu corpo.

Os cascos dos animais podem estar assentes no solo, mas a perna um pouco flexionada lhes tira o estaticismo, dando á marcha uma continuidade essencial que se perde um pouco nas figuras divinas.

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(1) Pano rectangular unido entre em si, fixos a nível dos ombros por meios de alfinetes e, fixos na cintura por meio de cinturões ou cordões.





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