Pode-se
dizer que esta pergunta assola a cabeça dos muitos artistas/ou não artistas que
passaram pela história. Segundo as respostas adquiridas ao longo dos tempos, há
que se admitir que o conceito de arte varia de acordo com as necessidades de
sua época e de cada artista, sendo por tanto, um conceito mutável. Para este
trabalho da cadeira de Arte da Antiguidade Clássica e como seria de esperar, focarei o conceito do filósofo
Platão para esta introdução:
Para Platão,
a arte, nada mais era que a cópia de um mundo que em si, já era uma cópia do
mundo das ideias(1). Ou seja, no
conjunto de idéias deste filósofo, existia uma desvalorização, ao mesmo tempo
que uma certa valorização, do que a arte representava.
Nestes
termos, pode-se dizer que no campo teórico, a arte é desvalorizada pelo facto
de que: se a arte é uma cópia da cópia de algo real (do mundo das idéias), ela
não tem uma essência(2)
como a ciência, sendo, assim, inferior a esta ultima.
No sentido
prático, a arte – dada a inferioridade teórica – torna-se danosa no sentido
moral. Ela é aquela que actua através dos sentimento, podendo nos atrair tanto
para o verdadeiro como para o falso. Tanto para o Bem como para o Mal.
E, nesta
sequência, aquilo que estava relacionado com a razão e sua tentativa de aceder
ao mundo das ideias, era o puro Belo.
A filosofia
– caminho para razão – que despreza o corpo que o prende num mundo de projecção,
refuta a arte, pois, esta não tem sequer, a sombra do que é de facto real.
Sendo ou não
uma cópia do real, no mármore ou no bronze, os gregos conseguiam transmitir
tudo, ou quase tudo, que se passava no seu cotidiano, para que, de futuro,
pudessem ser contemplados por outros olhos. Realidade ou não, são testemunhas
preciosas do pensamento da época que a retrata.
Testemunho
que o Homem encontrava e ainda encontra na arte, a transmissão de seus
desejos e de seu respeito a determinado acontecimento ou figura. Nela encontrou
a forma simples de demonstrar o que se passava no seu cotidiano: sonhos e
crenças; trazendo à vista da realidade (que era admitida por Platão como projecção)
o que lhe atormentava ou agradava.
Este
trabalho tem como principal objectivo a análise da pintura e da escultura da
deusa Eirene (personificação da Paz).
Para analise
da arte sobre este tema foram escolhidos dois vasos distintos e, dois relevos,
no qual, um sendo cópia romana do relevo grego e, outro, genuíno de Roma.
Na escultura
avulsa escolhi a escultura de Cefisódoto – (Eirene e Pluto), mas, não sem antes
expor Eirene na mitologia e o seu significado que foi ganhando força e expressão ao longo
dos séculos, pois que, a necessidade desta divindade estará traduzida na arte a
qual passo a analisar.
(1) O mundo da
ideia está relacionado com o mundo espiritual, livre do corpo e de suas
necessidades.
(2)A realidade para
os gregos estava vinculada com o Ser. O ser, que simplesmente é. Aquele que se
dignifica por simplesmente ser. Segundo Parmenide, o ser é único, não podendo
se mutiplicar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário